segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu assisti, eu li, eu recomendo...

Peça: O DIÁRIO DE ANNE FRANK


Para quem está no Rio, programa imperdível é assistir a peça “O Diário de Anne Frank”, nova adaptação de Wendy Kesselman e direção de Robert Castle, de quinta à domingo no Teatro Maison de France. A peça é excelente e a história – de oito judeus que se escondem num sótão em Amsterdã durante a II Guerra para escapar da barbárie nazista – traduz uma vitalidade universal de humanismo e esperança em meio ao terror. O elenco foi muito bem escolhido, com destaque para atuação emocionante e emocionada de Milton Gonçalves como Otto Frank. Não deixe de assistir.



Livro: A ERA DO INCONCEBÍVEL

A todos que precisam e querem compreender melhor o mundo em que vivemos, com toda sua multiplicidade de interações dinâmicas e instantâneas, onde a única certeza é a falta de certeza, recomendo a leitura de “A ERA DO INCONCEBÍVEL” de Joshua Cooper Ramo (Companhia das Letras).

O autor, economista, jornalista e analista internacional, demonstra como o mundo atual com seu dinamismo e interconexão, fez da mudança o único parâmetro confiável, surpreendendo os formuladores de políticas tradicionais e estrategistas de plantão.

O livro perpassa exemplos desde o Hizbolah no Líbano, a empresários bem sucedidos no mundo dos negócios, que fizeram da dificuldade momentânea (crise) um impulso de criatividade e originalidade, desenvolvendo o conceito de resiliência.

A idéia central do livro é entender a instabilidade de sistemas complexos, levando-nos a romper com os padrões tradicionais de pensamento linear, para nos tornarmos, nós mesmos, parte da mudança do contexto, incorporando o movimento como processo criativo. Sem se dar conta, o autor formula diversas proposições das categorias do pensamento dialético. Excelente leitura para empresários, profissionais liberais, estudantes e orientadores.



Livro: OS DEUSES TÊM SEDE

Outro livro que li recentemente e recomendo é “OS DEUSES TÊM SEDE” de Anatole France (Ed. Boitempo). Não bastasse um mergulho na excelência da literatura francesa, pelas mãos de um de seus melhores representantes, esse clássico nos presenteia com uma estória de profunda dramaticidade, ambientada na Paris de 1791, em pleno estupor sanguinário da revolução francesa.

O livro nos traz o drama de personagens tão diferentes quanto reais em suas contradições humanas, cercados cada um a seu modo, pela loucura de um momento político e social caótico, que engolia os homens e suas paixões, com a mesma voracidade com que reescrevia a História de um novo mundo.

Uma importante reflexão, mais do que nunca atual, sobre como valores e princípios rigidamente erigidos e objetivados pelo homem fora do homem, se convertem em escoimo e imolação da própria humanidade. Uma advertência de como bons ideais e os grandes propósitos nascem do homem e não podem ter vida fora do homem, nem além dele.


Oscarino Arantes

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