domingo, 16 de setembro de 2012

Invictus



Fora da noite que me cobre,
Negro como o poço de pólo a pólo,
Agradeço a qualquer deus, se acaso algum existe,
Por minha alma inconquistável.

Nas garras das circunstâncias
Eu não vacilei, nem me ouviram chorar.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas não se curva.

Além deste lugar de rancor e lágrimas
Somente o horror das sombras se anuncia,
E mesmo a ameaça dos anos me encontra,
E deve me encontrar, sem medo.

Não importa quão estreito o portão,
Quão repleto de penas o veredicto:
Eu sou o mestre do meu destino.
Eu sou o capitão da minha alma.


William Ernest Henley
1849–1903
 
 
Willian Ernest Henley, poeta inglês nascido em 1849, teve uma vida difícil. Tuberculoso desde os 12 anos teve a perna esquerda amputada aos 16, por causa da doença. Trabalhou para sustentar a mãe e os irmãos após a morte de seu pai e perdeu sua única filha, de 6 anos, vítima de meningite. O poema foi escrito no hospital. Henley faleceu com 53 anos e foi sepultado no mesmo cemitério da igreja de Cockayne Hatley onde repousava sua filha. Sua esposa posteriormente também descansou no mesmo local.

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