Este valor
representou 44% do Orçamento Geral da União.
Em 2012, o Governo
Federal gastou R$ 753 bilhões com juros e amortizações da dívida, ou seja, R$
45 bilhões a mais que em 2011. Apesar de a grande imprensa dar a entender que
os gastos com a dívida estariam em queda – noticiando que o
“superávit primário” teria ficado abaixo da meta – cabe comentarmos que
este “superávit” representa apenas uma pequena parcela das fontes de recursos
para o pagamento da dívida.
Esta se alimenta
principalmente com a emissão de novos títulos (nova dívida); o recebimento de
juros e amortizações pagos pelos estados e municípios sobre dívidas
refinanciadas pela União; os resultados das privatizações; e outras fontes de
recursos. Ultimamente, até questionáveis repasses feitos pela Caixa Econômica
Federal, BNDES e Fundo Soberano foram destinados a completar os gastos com a
dívida.
É devido a esse
enorme privilégio que quase 44% de todo o Orçamento Geral da União no ano
passado foram consumidos pelos gastos com a dívida, em detrimento do
atendimento às urgentes e relevantes necessidades dos cidadãos brasileiros que
pagam essa conta.
Orçamento Geral da União de 2012, por Função
Executado até 31/12/2012 – Total: R$ 1,712 Trilhão
Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida.
Fontes:
http://www8a.senado.gov.br/dwweb/abreDoc.html?docId=2620216
– Gastos por Função
http://www8a.senado.gov.br/dwweb/abreDoc.html?docId=1007801-
Gastos com a Dívida
http://www8a.senado.gov.br/dwweb/abreDoc.html?docId=1007782
– Transferências a Estados e Municípios (Programa “Operações Especiais –
Transferências Constitucionais e as Decorrentes de Legislação Específica”)
Nota 1: As despesas com a dívida e as transferências a
estados e municípios se incluem dentro da função “Encargos Especiais”.
Nota 2: O gráfico não considera os restos a pagar de
2012, executados em 2013.
Nota 3: Observado o princípio da unicidade
orçamentária.
O gráfico acima
respeita o princípio da unicidade orçamentária, isto é, apresenta em uma única
peça todas as fontes e aplicações de recursos do Orçamento Geral da União.
Alguns
representantes do governo e especialistas apresentam números distintos, pois
deixam de computar a parcela dos gastos da dívida com a chamada “rolagem”, ou
“refinanciamento”, como se esta fosse uma mera troca de dívida antiga por
dívida nova. Esse critério não é correto, pois, conforme restou comprovado
durante os trabalhos da CPI da Dívida Pública, parcela significativa dos juros
está sendo paga mediante a emissão de nova dívida. Essa foi uma das relevantes
denúncias da CPI.
Membros do governo
também têm alegado que a dívida estaria em uma situação confortável,
argumentando que a chamada “dívida líquida” estaria em um patamar aceitável.
Porém, o verdadeiro indicador que deve ser considerado é a dívida bruta. Em
dezembro de 2012, a dívida interna bruta alcançou R$ 2,823 TRILHÕES, e a
externa US$ 441,757 bilhões. Uma notícia
desta semana do jornal Valor Econômico também defende este critério: “Faz
todo sentido olhar a dívida bruta porque ela incorpora todos os truques que o
governo quis fazer, especialmente os relacionados ao BNDES“.
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