Por Wladimir Pomar
A dinastia
feudal dos Bourbons parece haver se tornado referência de vários articulistas
que examinam a atual conjuntura brasileira e, também, norte-americana e
europeia. Os Bourbons ficaram famosos na história principalmente por nunca
esquecerem nada do que faziam contra eles e do que eles faziam contra os
demais.
Eram capazes de
se lembrar dos mínimos detalhes, e de se vingarem numa desproporção inusitada.
Paralelamente, ficaram ainda mais famosos por não aprenderem nada com as lições
da vida. Eram incapazes de extrair ensinamentos dos acontecimentos em que se
envolviam, o que acabou por levá-los ao inevitável declínio, não sem deixarem
de cometerem estragos diversos.
Algo parecido
ocorre com o tucanato nativo. Eles não esquecem, nem perdoam, a oposição do PT
e das forças democráticas e populares às privatizações das estatais e à
privataria desbragada que promoveram durante essas privatizações. Não esquecem
a oposição à abertura e à desregulamentação da economia brasileira, mas acham
que a ação desenvolta das capitais financeiros internacionais, a quebradeira do
parque produtivo nacional e a monopolização da economia brasileira foram
decorrência de um processo inevitável de destruição criativa.